Uma amiga decidiu melhorar a alimentação e me pediu umas dicas. Aí, pensei: vou escrever um post no blog por que, além da amiga, as dicas podem beneficiar mais gente! Mas, se você acha que já tem uma alimentação saudável, esse texto não é pra você. 😉
Acho que o primeiro passo para mudar os hábitos alimentares é trocar o supermercado pela feira. De preferencia, uma feira orgânica.
E a questão dos orgânicos é muito séria! Consumir alimentos produzidos por pequenos produtores que valorizam todas as pontas da cadeia produtiva e respeitam o meio ambiente faz bem mais sentido do que comprar de grandes monocultores que utilizam altas quantidades de agrotóxico, possuem uma cadeia de produção que beneficia somente uma ponta, causam danos ao meio ambiente, problemas de distribuição dos alimentos e, consequentemente, desperdício.
Então: pão de forma, pão francês, margarina, requeijão, embutidos, queijos, sucos de caixinha, açúcar branco, leite, iogurte, extrato de tomate, molhos e caldos prontos, óleos refinados, comida congelada, conservas, biscoitos, macarrão, enfim, todos os produtos que costumamos comprar nos supermercados não farão mais parte da dispensa!
No seu lugar, comidas frescas e naturais: pão de fermentação natural, leite, manteiga e queijos, azeite prensado a frio, óleo de coco, óleo de gergelim, açúcar mascavo, melado de cana, frutas, legumes, verduras e hortaliças, castanhas, cereais, leguminosas, carnes, se você for de carnes… E tudo o que for possível, orgânico.
É claro que talvez não seja possível comprar tudo orgânico, eu não consigo! Mas o feito é melhor que o perfeito! Acredito que comprando o máximo que conseguimos, alimentamos essa cadeia e tendemos a conseguir comprar cada vez mais orgânicos!
Ah, uma boa iniciativa é começar a ler os rótulos dos alimentos. Naturalmente você começa a perceber que não precisa ingerir toda aquela quantidade de açúcar e conservantes e que muita comida industrializada não é o que se propõe. Um pão que possui mais de 10 ingredientes e não passou por um processo de fermentação é pão? Um iogurte que foi pasteurizado e está lotado de açúcar é um iogurte que traz benefícios intestinais? Que aporte de nutrientes te traz os alimentos (ultra)processados? Talvez a conveniência de se comprar tudo pronto não valha a pena! Ao longo prazo, problemas de saúde vão surgindo e confirmando essa premissa! Começar a cuidar da própria alimentação, ir à feira, cozinhar mais, tudo isso vai gerando um ciclo de saúde e bem-estar que, esse sim, vale muito a pena!
Sobre os valores, se formos comparar item a item, chegaremos à falsa conclusão de que essa nova alimentação é mais cara. Mas, se ao contrário, fizermos as contas de quanto gastamos no mês, veremos que o preço é bem similar, visto que produtos industrializados são caros e deixarão de ser comprados. O tempo investido na alimentação sim, será bem maior. Mas se você não tem tempo para cozinhar, não tem tempo para viver! 😉
Aqui em São Paulo, compro os orgânicos no Instituto Chão. Lá, eles tem quase tudo que preciso. Quase tudo mesmo! Também compro bastante na Zona Cerealista, a granel. Além de ser mais barato, é mais sustentável.
Então acho que é isso… depois que você tiver conseguido executar essa mudança, aí você pode ir afinando suas escolhas dentre os alimentos saudáveis: quais te fazem bem, quais nem tanto; quais você gosta, quais não; se você vai consumir tomate e beringela, que são ácidos e inflamatórios; se você quer emagrecer e, portanto, evitar carboidratos… xô, batatinha!; se você está com algum problema de saúde e quer cortar o açúcar radicalmente ou se tudo bem comer um cookie caseiro de vez em quando; se você quer evitar produtos de origem animal e priorizar os veganos; enfim, cada um no seu universo particular, buscando o seu auto-conhecimento alimentar.
Beijos com carinho, Karine Rocha.
